terça-feira, 17 de maio de 2011

Fuga

"Ela tinha ímpeto de desaparecer, virar espuma, vento, soprar longe.
Se sentia culpada quando essa vontade tomava conta dos seus pensamentos, 
sempre rodeada de sons, vozes, música, amor, superproteção que ela não pedia.
Tinha gana de desligar os telefones, o interfone, desligar-se.
Não era egoísmo puro e simples, era saudade dela.
Sentia falta de rir sozinha lendo seus livros, acender incenso tomando banho quente, andar pela casa com sua camiseta surrada, descalça, distraída, relaxada, ver seus filmes antigos tomando café forte, queria sua companhia de volta, não definitivamente (solidão nunca a seduziu), pois amava estar com os seus.
Gostava de ser acolhida, mimada, mas algumas vezes, um filme, um café, pés descalços, lhe bastava."

Renata Fagundes


2 comentários:

  1. De vez em quando é bom soltar as amarras, ser a gente mesmo sem se preocupar com nada, pés no chão, camiseta folgada, sem horario nem compromissos. Dar uma olhadinha dentro da gente, estabelecer um contato entre o eu e o mim, propor um estonteante my self...
    Isso recarrega nossas baterias e nos coloca mais leves e confiantes para encarar o que vier....

    bjos

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  2. Oi querido Lufe

    Você tem toda razão, soltar as amarras...:)

    Beijos mil :**

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